Recursos hídricos e efluentes - ESG
Recursos hídricos e efluentes
Recursos hídricos
Efluentes
Os efluentes gerados nas unidades operacionais da Vale são provenientes dos usos industriais e consumo humano. Esses efluentes são reutilizados nos processos da empresa, sempre que possível.
Reporte de KPIs
Volume e percentual de água e nível de estresse hídrico (em milhões de m³) - 2021
América do Norte e Europa
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América do Sul
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África, Ásia e Oceania
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Total
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Volume
(milhões de m³) |
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Volume
(milhões de m³) |
%
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%
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Total
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34
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62
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22
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118
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Baixo
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34
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100%
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42
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68%
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20
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91%
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96
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81%
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Baixo a médio
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0
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0%
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17
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27%
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0
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0%
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17
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14%
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Média a alto
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0
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0%
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3
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5%
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0
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0%
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3
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3%
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High
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0
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0
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2
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9%
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2
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2%
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Extremamente alto
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0
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0
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0
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0
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0%
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Distribuição do volume total de água nova captada por regiões de acordo com risco hídrico (2022)
Balanço hídrico - 2022
Evolução da performance
Água
No ano de 2022, o volume total de água captada para uso em nossos processos produtivos foi de 112 milhões de m³.
Demanda total
Captação de água para os processos produtivos por tipo de fonte
Efluentes
Em 2022, a Vale manteve a taxa de reutilização de água nos patamares dos últimos anos, de 80%. Em sua estratégia de gestão, a Vale entende que essa é uma forma de reduzir a captação de água do meio ambiente.
No ano de 2022, foram descartados 40,3 milhões de m³ de efluentes, considerando os padrões de alta e baixa qualidade adotados pela mineração para descarte¹.
1 Padrões adotados pela mineração para qualidade de efluentes (ICMM):
- Alta qualidade: total de Sólido Dissolvidos < 5.000mg/l e pH entre 4 e 10 e sem componentes e/ou compostos químicos em concentração prejudicial à saúde humana.
- Baixa qualidade: Total de Sólido Dissolvidos > 5.000mg/l ou pH < 4 ou > 10 ou possuir componentes e/ou compostos químicos em concentração prejudicial à saúde humana
Metas, Prazos e Controle
A Meta Água estabelecida no ano 2018 teve o compromisso de reduzir a captação de água doce para uso em nossos processos produtivos. O objetivo foi reduzir 10% do uso específico referente ao ano 2017 até 2030 (água nova e doce captada e usada nos processos por tonelada produzida), o que significa menor volume de água nova captada para um mesmo volume de produção. Ao longo de 2021 os resultados acumulados ultrapassaram o objetivo estabelecido.
Em 2023, divulgaremos a nova meta, que terá o horizonte até 2030. A nova meta ampliará o olhar para além do uso específico interno e considerará os aspectos locais relacionados à disponibilidade, à qualidade, ao acesso a água e ao fluxo ecológico nas bacias hidrográficas onde atuamos. Para isso, adotamos como indicador-base, o indicador 6.4.2 da Agenda 2030 das Nações Unidas. Esse indicador aponta a existência ou não de estresse hídrico na bacia hidrográfica analisada. Analisamos toda a nossa área de influência, ou seja, as sub-bacias onde atuamos. Com essa abordagem, implementamos uma atuação regional específica.
Para além da Meta, investimos na melhoria contínua da gestão dos recursos hídricos a fim de alcançar a aderência aos princípios do ICMM. Todas essas estratégias estão alinhadas ao Plano Estruturante, que é base do programa Meta Água. Dessa forma, estão entre nossos principais compromissos relacionados ao tema:
Gestão de Impactos
Medidas de contenção dos rejeitos
Cinco dias após o rompimento da Barragem I, a Vale apresentou ao Ministério Público e aos órgãos ambientais um plano que previa atuação em três trechos ao longo do rio Paraopeba, com início emergencial das obras: Trecho 1 –até 10 quilômetros de extensão do local do rompimento da barragem, levando em consideração a posição geográfica estratégica para otimizar a contenção de rejeitos no córrego Ferro-Carvão–localizado a jusante da barragem rompida –e evitar aporte de material ao rio Paraopeba, estão previstas a construção de estruturas de contenção, tais como diques de enrocamento, barreiras hidráulicas e cortina metálica com estacas-prancha, além da instalação de uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) no córrego Ferro-Carvão com a capacidade para tratar aproximadamente 2 milhões de litros por hora, já em operação.
Foi construída uma ponte de estrutura metálica e concreto de 50 metros para restabelecer o acesso das comunidades de Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão à área central de Brumadinho. A ponte permite o tráfego de veículos em mão dupla e inclui passeio para pedestres.
Políticas e Normas
Em nossa Política de Sustentabilidade estão estabelecidas as diretrizes e princípios para a sustentabilidade em nossos projetos e operações, explicitando o nosso compromisso com a vida em primeiro lugar e a nossa responsabilidade social, ambiental e econômica. A concretização desses princípios e diretrizes se dará a partir de três dimensões: Operador Sustentável, relacionada à atuação responsável em todo o ciclo de vida dos nossos empreendimentos; Catalisador do Desenvolvimento Local, voltado para a colaboração com o desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos territórios onde temos atividades, com o estabelecimento de parcerias intersetoriais com objetivo de deixar um legado positivo; e Agente Global de Sustentabilidade, que prevê a nossa contribuição para o diálogo e a busca de soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável que são compartilhados por várias regiões e países em que estamos presentes.
Visão de Riscos
A ferramenta Aqueduct, desenvolvida pelo WRI (World Resources Institute), nos auxilia na avaliação de estresse hídrico, que possibilita uma visão global das regiões mais susceptíveis à ocorrência de inundações fluviais e costeiras, à severidade de secas, à variabilidade sazonal e interanual de água, bem como à sua escassez. Com base nesta ferramenta, é possível correlacionar o uso de água das nossas unidades operacionais com o grau de risco indicado.
A precisão das bases de dados para gerar estas avaliações globais vem aprimorando continuamente nos últimos anos, no entanto, se faz necessário verificar e complementar estas avaliações considerando os conhecimentos e percepções dos riscos hídricos operacionais locais, seus possíveis impactos e ações de mitigação. Para tanto iniciamos no ano 2020 a aplicação de metodologia de análise de sensibilidade dos riscos hídricos para cada unidade operacional, ou seja, escala local dos riscos físicos e critérios técnicos internos.
Esta metodologia foi aplicada em 46 unidades operacionais considerando os seguintes riscos físicos: inundações, conflito pelo uso, abastecimento e secas. Destaca-se que uma unidade operacional pode estar exposta a mais de um risco físico e os resultados dessa metodologia estão apresentados abaixo, indicando o resultado geral bem como para cada um dos tipos dos riscos físicos considerados.
Sensibilidade aos Riscos Hídricos
O processo de mapeamento e gerenciamento de riscos e impactos hídricos é contínuo e deve ter como referência a bacia hidrográfica onde operamos e que temos influência. Desta forma, é necessário promover a melhoria continua dos nossos processos de avaliação dos riscos hídricos com atenção aos potenciais impactos físicos, regulatórios e à reputação, interferências das mudanças climáticas e o uso múltiplo das águas, atendendo às diversidades físicas, bióticas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões. Identificados e mapeados os riscos é obrigatório estabelecer, monitorar e executar planos de ação priorizando a eliminação dos mesmos.
As ações e iniciativas de gestão de riscos hídricos da Vale são de caráter local e global, e envolvem revisão e aprimoramento dos processos de governança, elaboração de políticas, aplicação do HIRA e atualização dos planos diretores das unidades, além de alinhamento com os princípios estabelecidos pelo ICMM (International Council on Mining and Metal).
Perspectivas
Além do objetivo principal da Meta Água, o programa também investe na melhoria contínua da gestão dos recursos hídricos a fim de alcançar a aderência aos princípios do ICMM.
Em 2018, a Vale estabeleceu a Meta Agua 2030 para reduzir o uso especifico de agua em 10% (ano-base 2017). Em 2021, acumulou redução de 20%, ultrapassando o objetivo traçado na meta. Dentre as principais ações de gestão de recursos hídricos realizadas, podemos destacar:
Conhecimento Técnico – Inovação e P&D
Sistema de monitoramento da qualidade da água (metais) contínuo e online, de análise (Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento e Sustentabilidade);
Desenvolvimento de equipamento de monitoramento contínuo da qualidade da água por meio de patrocínio e participação em startup (Mining HUB, Instituto Brasileiro de Mineração).
Conhecimento Técnico – Gestão e monitoramento
Ampliação e melhoria da rede de monitoramento quantitativa, com medidores eletromagnéticos, estacoes fluviometricas e transmissão dos dados em tempo real;
Expansão do sistema de gestão de dados de recursos hídricos nas unidades operacionais.
Governança – Normas e processos
Elaboração e publicação da Política de Água e Recursos Hídricos;
Adequação do Padrão Global Interno de Gestão de Recursos Hídricos e Efluentes as diretrizes do ICMM;
Verificação da aderência das unidades operacionais do Brasil ao Padrão Global Interno de Gestão de Recursos Hídricos e Efluentes;
Instituição do Fórum de Recursos Hídricos;
Gestão de Riscos Hídricos;
Análise de riscos hídricos e sensibilidade para as operações;
Estratégia para Gestão Responsável.
Processamento a seco
A empresa tem planejado a redução significativa do uso de barragens e investira em soluções para substituir o processamento a úmido por processos mais seguros e sustentáveis. E o caso do processamento a seco que alcançaram 70% da produção de minério de ferro até 2024. Em relação ao restante da produção a úmido, 16 pontos percentuais usarão o sistema de filtragem e empilhamento a seco para o tratamento de rejeitos, que exigirão, aproximadamente, USD 2,3 bilhões até 2025. O sistema está em implementação nos complexos de Vargem Grande, de Itabira e em Brucutu, contribuindo para uma menor dependência do uso de barragens de rejeitos.
A Vale também planeja aumentar o desenvolvimento de novas tecnologias, como a separação magnética a seco de minério de ferro, possibilitada pela aquisição da New Steel, em 2018, atualmente em fase de testes. As plantas de tratamento de Serra Leste, em Curionópolis, e do S11D, em Canaã dos Carajás, também não utilizam água no tratamento do minério.
Processamento a seco
Vale Brasil
No S11D, por exemplo, o uso da rota de processamento à umidade natural permite reduzir em 93% o consumo de água quando comparado com um projeto convencional de produção de minério de ferro. A economia de água equivale ao abastecimento anual de uma cidade de 400 mil habitantes. Em Minas Gerais, o processamento a seco foi ampliado de 20% (2016) para 32% (2019). Hoje, esse tipo de processamento está presente em diversas unidades, como Brucutu, Alegria, Fábrica Nova, Fazendão, Abóboras, Mutuca e Pico.